Como construir autoconfiança para iniciar uma nova fase

Você já desistiu de algo porque não acreditava ser bom o suficiente? Está em dúvida sobre como construir autoconfiança?

O sentimento de que não está indo para lugar algum pode ser uma faca de dois gumes: a falta de autoconfiança pode causar medo e paralisia; o excesso pode levar ao narcisismo. 

O caminho do meio é sempre o que traz equilíbrio na vida e, dito desta forma, pode parecer até um clichê clássico. 

Afinal, ter autoconfiança nos ajuda a enfrentar desafios e buscar novas oportunidades.

As pessoas que não têm autoconfiança se sentem inseguras e preferem evitar situações e experiências que desconhecem. 

Isso tem reflexo direto sobre o trabalho, pois nessa situação preferimos não buscar alternativas ou enxergar sob outras perspectivas os obstáculos. 

Sabe aquela sensação de sentir ridículo como se todos estivessem nos observando, sem que você quisesse estar naquele palco com a impressão de que a luz dos holofotes quase nos deixa cegos? 

Sim, toda a situação aconteceu apenas na sua imaginação, porque as pessoas em geral não estão preocupadas com os seus desafios internos.

E, a menos que sejam recrutadores de RH ou seus futuros clientes, essas mesmas pessoas não estão preocupadas em como você enxerga suas competências.

Se alguém o fizer duvidar de suas próprias capacidades, pergunte mentalmente para este alguém: 

“Por que você acredita que isso é da sua conta? Não me candidatei a nenhuma vaga em sua empresa ‘intrometidos.com’ ”. 

Em suma: a maioria das pessoas não se importa se em sua vida profissional você está em uma situação X ou Z. 

Preocupar-se com os próprios desafios internos e com as próprias competências já é algo trabalhoso o suficiente. 

Então, por que deixar de dar cada passo, permitir-se errar e progredir, com receio do que os outros poderiam pensar?

Afinal, como construir autoconfiança e começar uma nova fase?

A autoconfiança permite que os indivíduos se sintam mais seguros em relação às suas escolhas, a como enfrentam as dificuldades de modo que não nos tornemos vítimas e até mesmo covardes ou resilientes demais. 

É aquela sensação de que, apesar dos tropeços, vamos conseguir, vamos alcançar o que queremos. 

Pensando nisso, confira alguns passos que precisam estar no seu radar para que você não caia na Síndrome do Impostor nem se autossabote. 

Saiba o seu porquê

Falando sobre a minha pessoa, já iniciei e finalizei ciclos em diversas novas fases em minha vida. 

Acredito que todas as pessoas já o fizeram em algum instante em seus percursos, seja ao saltar de uma tirolesa que o fará se sentir vivo e ao mesmo tempo temer pelo pior, seja ao preferir o caminho de barco embora a balsa o faça economizar tempo. 

Já tive conquistas, fracassos, celebrei e chorei de alegria ou de infelicidade. 

Sempre que nos sentimos empolgados ao iniciar algo, ganhamos autoconfiança, embora ela possa se esvair com o passar dos dias quando não nos alertamos de nossos porquês. 

Como construir autoconfiança se não entendemos nossos motivos?

É como se precisássemos de um lembrete ou alarme registrado no celular que deveria ser configurado para despertar a cada quinze dias e nos advertir daquele porquê. 

Minha mais nova fase se iniciou quando comecei a trabalhar totalmente online e de forma remota como redatora freelancer e também como afiliada de produtos digitais. 

Não me arrependo em nenhum instante, não me faltam clientes e trabalho para empresas de diversas partes do Brasil. 

Não estou me vangloriando de nada, estou apenas constatando que sou bem mais feliz hoje com as minhas escolhas profissionais do que já fui em outras épocas.

Estou dizendo apenas que todas as pessoas podem tentar algo novo, recomeçar e entender seus porquês, que nem sempre precisam ser um livro aberto para os outros.

Procure energias positivas

É bom se cercar de coisas de que você gosta, ouvir seu grupo de rock favorito, conhecer outras bandas ou estilos musicais.

Se você não ouve música clássica, talvez seu humor mude completamente ao ouvir Glenn Gould tocando Bach, Barenboim tocando as sonatas de Beethoven ou Valentina Lisitsa tocando Chopin.

Para melhor ou para pior, vai depender das vivências e das preferências de cada pessoa, estamos ciente disso. 

Porém, às vezes criamos limitações mentais que podem ser dissipadas simplesmente ao procurar outra via. 

Recapitular aquele filme que aquece o coração e que você assistiu há alguns anos ou ver um filme do Chaplin mesmo ninguém mais assista a filmes preto e branco nos dias atuais. 

Não precisamos deixar de fazer algo apenas porque todas as outras pessoas não o estão fazendo. 

Não precisam ser coisas complexas. Passear no parque,  dar risadas dos seus próprios desacertos, não se martirizar e procurar viver uma vida serena ou de altos e baixos.

Quando você foca em coisas que o tornam feliz, os julgamentos e as críticas alheias não ressoam, não se tornam amplificados em nossa mente, nem ficamos criando polêmicas com quem têm uma visão de mundo diferente da nossa.

É mais importante ter razão ou ser feliz?

Não seja tão autocrítico

A autocrítica em excesso é um dos maiores males para quem procura saber como construir autoconfiança. 

A cada dia podemos plantar sementes para colhermos depois, podemos agir, alterar percursos, planejar, mudar e evitar a mentalidade de que não damos conta da situação.

Sempre podemos mudar se quisermos de verdade. 

Você já teve a sensação de que algum pensamento não favorecia em nada sua paz mental e o atormentava, às vezes por dias ou meses, sem que você pudesse se desvencilhar dele?

Acontece com todas as pessoas em alguma fase. 

Todos já vivenciaram o pessimismo, dores ou angústias – e acreditaram que viveriam para sempre no trem de 2046 de Wong Kar-Wai, um cineasta chinês que aprecio bastante, para quem não conhece – porque não somos máquinas, somos seres humanos.  

A autocrítica nesses momentos devasta nosso universo, as batalhas interiores que travamos, e precisamos não dar atenção a ela. 

Afaste-se de comparações 

É claro que precisamos tentar sempre dar o nosso melhor em tudo o que fazemos, mas parar de fazer comparações traz inúmeras vantagens na esfera emocional. 

Gosto muito do Mário Sérgio Cortella, já li alguns de seus livros. E ele costuma dizer exatamente isso: devemos dar o nosso melhor com as condições que temos.

Ou seja, para sermos mais autoconfiantes precisamos parar de achar que o outro sempre faz mais que você e que as suas ações não valeram a pena, mesmo que não tenha sido possível fazer um oceano caber em um pote de vidro mágico. 

Como construir autoconfiança se você passa muito tempo nas redes sociais e não se sente bem com as comparações que surgem? Em vez disso, por que não desenvolve um hobby na vida real? 

Talvez você também não goste de comparações que surgem na vida profissional. Na verdade, devem ser raras as pessoas que as apreciam. 

Sim, existem ambientes muito competitivos, nos quais os outros não torcem nem um pouco por você, porque eles querem chegar lá primeiro e não querem que você esteja no caminho deles.

De acordo com a Teoria da Estupidez, de Bonhoeffer‘s, que a desenvolveu no contexto das humilhações dos judeus na 2ª Guerra, mesmo pessoas intelectualmente brilhantes podem ser estúpidas.

Se quiser saber mais detalhes sobre a teoria, veja este vídeo:

É claro que o exemplo que mencionei do ambiente profissional não se compara ao contexto que Bonhoeffer‘s descreveu. 

Mas, em vez de se abalar com o ambiente competitivo e com as comparações, seria mais frutífero fazer algum curso ou especialização para crescer profissionalmente ou focar no que importa para você. 

Você tem algumas escolhas: desistir, persistir ou procurar outra opção. 

Por fim, e para resumir, construir autoconfiança ao iniciar uma nova fase envolve:

• saber o seu porquê;
• procurar energias positivas;
• não ser tão autocrítico;
• evitar comparações.

Espero que este conteúdo tenha sido útil!

Obrigada por ter lido até aqui este artigo.